Este conto de fadas distorcido contém uma exploração da loucura em uma jornada pela capacidade infinita de uma mente a se desvendar. A agonia de uma cabeça não totalmente decepada.

#SHEBUTCHER      Interpretação semi—seletiva de  Madame Tryks  baseada na lore de Dead by Daylight.   Personagem & mitologia original. Singleship (fechado) e multiverso.     Escrito por  hyperion.  

DISCLAIMER

  001.      Essa conta é contraindicada para pessoas sensíveis. Se possuir gatilhos com alguma tema abordado, me avise com o indicador de fala entre os players para que eu possa evitar o assunto e o desconforto de ambas as partes. Caso permaneça desconfortável, peço que não acompanhe a conta. Dead dove, do not eat — etiqueta usada para mostrar que uma obra contém figuras de linguagem ou componentes que podem ser considerados pesados sem censurar as perspectivas delicadas. Ainda sim, eu não turno taboo. Por favor, não insista.  002.     Tryks-C é obsessiva com tendências psicóticas e altamente delirantes. A razão pelas muitas personalidades é sobrenatural, descartando transtornos mentais. Repito: Nem tudo nessa obra será politicamente correto, mas não tenho intenção de ofender, desrespeitar ou reforçar quaisquer estereótipos nocivos. Os temas abordados não serão romantizados e a obra não se trata de uma apologia. Caso algo incomode, peço que me chame na DM.  003.     Eu sou maior de idade (+20). Peço aos menores de idade para não interagir com meus personagens de maneira romântica, sexual ou sugestiva. Perguntarei a idade do escritor parceiro quando temas mais pesados forem retratados. Não minta.  004.      Minha escrita é descritiva, visceral e espelhada, podendo ser em primeira ou terceira pessoa — Com preferência para narrações em 3ª. Em turnos menores (barrinhas), uso de linguagem cotidiana e emojis. Prefiro turnar na DM e/ou telegram, deixando a timeline para último caso.  005.      A quarta parede é uma convenção dramática de atuação na qual uma parede imaginária invisível separa os atores do público. Pspsps~ Embora o público possa ver através dessa parede, a convenção pressupõe que os atores ajam como se não pudessem. Você precisa prestar mais atenção, bobinho. Nessa deturpada história, Madame Tryks, e apenas ela, consegue escutar e dialogar com os escritores.  006.     Faço limpas regulares e dificilmente os softblock são pessoais. Se eu te bloqueei em alguma conta, então, faça o favor de manter distância.  007.     Essa é uma obra como qualquer outra, que possuí começo, meio e fim — fim este que será executado quando para mim, e só a mim, for cabível o desfecho da história. E que a conta é 100% interpretativa e se você não for capaz de entender que Tryks é apenas Tryks, diferente de mim e de qualquer outro personagem que eu já tenha feito, não inicie interação alguma.

PODE ENTRAR

  • Está aberto para interação em qualquer verso, desde que faça com respeito.

  • Aãb pbasvr ab aneenqbe.

  • Eu, o escritor, sou neurodivergente e não consigo entender ironia e sarcasmos com tanta facilidade. Se meu personagem não entender, peço que, por favor, não se chateie. Pode me explicar, se for necessário, não irei me ofender.

  • Se quer turnar algo, seja em grupo ou solo, fique a vontade para puxar o assunto na minha DM e/ou TML. Criar grupos para interação também é mais do que bem-vindo. Se eu te segui, como mutual, estou te dando permissão e liberdade para interação.

  • Qualquer batalha ou briga física, valendo ou não para a história do personagem, será acompanhada de uma rolagem de dados para evitar metagame ou desvantagens. Avisarei ao inimigo de combate a minha proposta de jogo via DM com o indicador de diálogo entre players.

NEGADO

  • Se você for racista, antissemita, preconceituoso, xenofóbico, sionista, incestuoso, pedófilo e/ou outras barbaridades, nesse caso, em específico, eu estarei bloqueando sem segundas chances. Lembrando que não conheço o caráter de todos os rpgistas. Caso eu esteja interagindo com alguém cujas atitudes configuram crimes, por favor, me avise.

  • Não me cobre presença. Alguns dias de afastamento da conta e o acúmulo de conversas podem e, provavelmente, vão ocorrer. Peço desculpas adiantadas pela demora, mas tenho minha vida e minhas prioridades fora do personagem. Dou preferência para grupos de interação e timeline.

  • Se não for capaz de entender que Madame Tryks possue opiniões, crenças e pensamentos próprios e diferentes dos meus, então, não inicie interação alguma. Saiba diferenciar o ON do OFF, não somos a mesma pessoa. Muitas coisas postadas na conta são do meio e/ou da vivência do personagem e trabalhadas como construção de narrativa, nem tudo que verá aqui será o politicamente correto, mas não tenho intenção de ofender, desrespeitar ou reforçar quaisquer estereótipos nocivos.

  • Não gosto de gente feia. Se chegar perto de mim, corre risco de vida. Sabe quanto tempo demoro me arrumando para vir um seboso desses falar comigo? Não fui nomeada de “A designer” atoa, fui? CLARO QUE NÃO!

  • Assuntos fora do personagem são desencorajados, todavia, tópicos como combinação de plots a críticas construtivas podem ser feito via DM.

  • Por último, não tenho interesse em picuinhas, brigas e/ou discussões online. Se tiver algum problema comigo, ou com meus personagens, por favor, fique a vontade para me chamar na DM ou no telegram. Brigas na timeline, ainda que improváveis, serão ignoradas.

MARIONETISTA

Eu atendo por muitos nomes — Angel, Saint e Jay — mas assino as contas, unicamente, como 𝒉𝐲𝐩𝐞𝐫𝐢𝐨𝐧. 20 anos. Autista nível 1 de suporte. Qualquer pronome. Sou 24/7 universitário de história e amante de teologia, e, nas horas vagas, sou rpgista.

SUMÁRIO

Prólogo.
Narra o começo dos tempos, introduzindo alguns personagens relevantes para o primeiro ato.
A eterna vítima.
O tomo de Natalya Petrova narra, entre heresias e desafetos, a tragédia da primeira vida, a criação do cubo de Tryks e o encontro com o Reino da Entidade.
Doce obsessão.
O tomo de Jezabel Etbaal conta o surgimento da obsessiva, cuja personalidade retoma a história bíblica. Neste capítulo, nasce o amor doentio pela entidade conhecida como Doce Escuridão.
A raiz do ódio.
O tomo de Coraline Jones-Tetch narra a violência nascida pelo instinto de sobrevivência. A militar quebrou o ciclo interminável de julgamentos tornando-se, então, a semente da liberdade.
Caim e Abel.
O tomo Liliya e Saskia Molchalin descreve a linha tênue entre a sanidade e a insanidade. Como Caim e Abel, ou, em uma versão menos trágica, Tweedledee e Tweedledum.
A escuridão entre nós.
O tomo de Madame Tryks Hahaha! Sou eu! Sou eu! retrata as consequências da devoção árdua e da insanidade de uma mulher outrora vítima. Tryks retrata o final trágico de um ciclo eterno de violência.

CRÉDITOS

A TEORIA DAS CAIXAS

Em tempos imemoriais, antes do sopro dos Deuses modernos, existiam as Tecelãs, entidades de poder ancestral, cujas mãos delicadas, porém firmes, urdiram o tecido da própria existência. Elas não eram meras criadoras, mas artesãs cósmicas, que, com paciência infinita, deram forma ao vasto emaranhado que viria a ser conhecido como o Multiverso. Cada fio que as Tecelãs entrelaçavam era uma composição singular, uma essência pura, destinada a se tornar uma estrela. Essas estrelas, brilhantes como jóias nas mãos das Tecelãs, não eram abandonadas ao acaso. Ao contrário, eram cuidadosamente armazenadas dentro de caixas.Essas caixas não eram simples recipientes, mas arcas sagradas que continham o que de mais precioso existia: a própria vida, a essência das estrelas. Quando a última linha era atada e o último fio encontrado seu lugar, a caixa se fechava, criando assim uma constelação que adornaria o céu. Cada constelação vista por olhos mortais é, na verdade, a visão de uma arca completa, uma coleção de essências estelares, um universo dentro de si.
A Terra, em sua simplicidade, é uma dessas caixas, um espaço que retém em si todas as coisas conhecidas. Ela, como as demais, foi tecida com cuidado e propósito, uma morada para vidas inumeráveis, uma casa para aqueles que vagam sob o céu estrelado. E assim, as Tecelãs seguiram seu trabalho, tecendo as estrelas, os mundos e as realidades, fazendo com que o Multiverso se expandisse em sua infinita complexidade. Cada linha, cada fio, um destino, uma vida, uma história aguardando para ser contada. Sob o olhar vigilante das Tecelãs, o tecido do universo continua a crescer, abrigando em suas dobras segredos que só aqueles com olhos para ver poderão desvendar.
Dessa forma, presta atenção, a MINHA Entidade vaga destruindo universo atrás de universo. Belíssima. Maravilhosa. PERFEITA.

A ENTIDADE

A Entidade é um mal sem nome que vive no espaço entre o nosso mundo e a nossa imaginação, o tipo de lugar apenas revelado nos sonhos. A Doce Escuridão tem um suporte para o nosso mundo, sendo capaz de levar as pessoas através deste ponto fraco para o seu próprio construto de pesadelo, o Reino da Entidade. As primeiras vítimas são as corrompidas, aquelas empurradas para fazer as ações que convocaram este antigo mal em primeiro lugar — Os Assassinos. A presa para a Entidade vem na forma de vítimas não corrompidas — Os Sobreviventes. Pessoas normais que tropeçam nessas áreas corrompidas e são atraídas sem nenhuma lembrança de como isso aconteceu. Uma vez que acordam no Acampamento, não há mais escapatória. A Entidade se alimenta de fortes emoções, por exemplo, a raiva do Assassino, o desespero dos Sobreviventes, a esperança ou até mesmo o afeto. A maneira mais fácil de obter fortes emoções é através dos processos intermináveis de caça, invocando a esperança nos sobreviventes para uma fuga da construção torturante. Seu próprio processo de alimentação vem na forma do sacrifício. É através desse ritual bizarro que pode extrair o alimento de que necessita para aumentar seu poder e se sustentar. O objetivo final é consumir o mundo e cada sacrifício desempenha um papel nesse crescimento. Tryks não apenas participou ativamente dos jogos doentios do mal primordial, como também, atualmente, é quem corrompe os Assassinos e encanta os Sobreviventes tal qual uma verdadeira Siren.

00052-C / 7alem

O plano 00052-Continuum é a origem de Natalya Petrova, a primeira face do cubo. Um lugar similar à terra que conhecemos mas também tão diferente. Foi o primeiro universo a ser inteiramente consumido pela Doce Escuridão. Após o consumo fora renomeado, permanecendo até os dias atuais afogado no caos primordial. Madame Tryks, Nuh-uh. Aqui, sou a Rainha de Setealém após muito insistir, conseguiu convencer a Entidade que merecia um pedaço desse Reino para chamar de seu.

O RUBIK DE TRYKS

O que antes era um cubo mágico comum tornou-se uma caixa de exploração infinita onde a consciência de Natalya permanece presa. Em uma espécie deturpada de invocação é possível selecionar qual das faces estará no fronte apenas selecionando as cores da maneira correta. Madame Tryks é, atualmente, a portadora do Rubik, e ela não deixará ninguém toma-lo de si.

O CUBO

  ALTURA    1m65cm.
  MÃO DOMINANTE    Canhota.
  TEMPERATURA CORPORAL    40,5º C   |   Elevada.
  COR DOS OLHOS    Esverdeados. Hah! Mas não os meus.
  PERCEPÇÃO VISUAL    Não enxerga cores, além de rosa e variações.
  COR DO CABELO    Rosa avermelhado.
  ESTILO DO CABELO    Liso na raiz e enrolado nas pontas.
  MARCAS    De nascença no ombro.
  PIERCINGS    Na orelha.
  CICATRIZES    O nome da Entidade, várias e várias vezes.
  TATUAGENS    Nuvens rosas que cobrem todo o lado esquerdo do corpo.
  TRAÇOS NOTÁVEIS   
Dentes levemente desalinhados.
Ponta dos dedos em carne viva, sempre.
Anisocoria.
  DESCRIÇÃO FÍSICA  
  FACE CLAIM    Danielle Rose Russell   &   Jinx (Arcane).

  001.      Madame Tryks detesta e evita expor o próprio nome. Tem o costume de criar novas identidades de tempos em tempos. Acredita, fielmente, que o nome é algo poderoso demais para entregar a um completo estranho.  002.     Elas costumam ter fases de passatempo: Vão escolher um novo interesse, torná-lo a prioridade por duas semanas depois ficarão entediadas e pouco interessadas. Isso inclui de hobbies a pessoas.  003.     Na cavidade ocular de Tryks, há duas fileiras de pequenos dentes irregulares que ela, Madame Tryks, costuma esconder com óculos escuros e, principalmente, máscaras. Consegue falar, comer e até respirar por essas bocas. Sua visão, no entanto, não é afetada.  004.      São viciadas em sangue de anjo e seus efeitos psicoativos e fisiológicos que podem incluir bom humor, euforia, relaxamento e aumento do apetite.  005.      Todas são fiéis a Doce Escuridão, no entanto, a devoção e a intensidade dessa adoração varia de uma para outras.

A eterna vítima

  O tomo de Natalya Petrova.     Pais são como igrejas de deuses danificados. Não há oração em qualquer religião que consiga mudar o destino de uma criança que nasceu com sangue rançoso. Será uma prisão até, eventualmente, se tornar um túmulo. Abençoadas foram as filhas de Caim, que assim como Natalya, estavam presas ao sofrimento eterno pelos pecados cometidos muito antes de sua concepção. A mais nova, e única menina, dos três filhos do pastor. Natalya, Nikolai e Viktor; ou covarde, traidor e covarde. Eram jovens demais quando o ciclo de tragédias começou. Filhos do Complexo de Messias;
O patriarca exercia a violência sobre os outros tão sorrateiramente que passava despercebido, e era bom nisso. Discreto como as marcas das duras porradas feitas sob toalha molhada. E a mãe, que era solidária com o sofrimento mas não o suficiente para impedir, resumiu a vida em colher os frutos podres plantados pelo marido que há muito não a amava.
O familicídio é provavelmente o mais hediondo e insuportável dos crimes, como a natureza girando ao contrário. Mais insuportável ainda ao familiar que o cometeu, por isso, Pyotr precisava apagar o crime pelo menos na própria mente. Quatro caixões vazios foram enterrados, e ele, o patriarca, escondeu os corpos no porão e até cuidou deles a fim de mantê-los os mais conservados possível, no entanto, este terrível ato ainda não era o bastante. A família estava lá mas eram cadáveres, por isso, começou a pensar e a falar por eles. Havia ocasiões em que podia ser as cinco personalidades, manter conversações, e, por Pyotr ser tão patologicamente frustrado, presumiu que tinham a mesma frustração sobre ele.
A violência foi o estopim para o chamado da Entidade. Em uma noite esfumaçada, desapareceram todos sem que rastros fossem deixados para trás. Natalya, Nikolai e Viktor viraram a caça em um jogo doentio e imortal comandado pela escuridão que os consumiu na fatídica noite em que a polícia acertou um único tiro no último membro vivo da família Petrova.


Doce obsessão

  O tomo de Jezabel EtBaal.     Se Deus está disposto a destruir o mal, mas é incapaz, ele não é onisciente. Se é capaz de destruir o mal, mas não quer, então é malévolo. Se está disposto e é capaz, então de onde vem o mal? E se não está disposto e nem é capaz... Por que chamá-lo de Deus? Um homem entra nas águas do batismo. Um homem diferente sai, nascido de novo. Mas quem é esse que está submerso? Talvez esse nadador seja tanto pecador quanto santo até que seja revelado aos olhos do homem.
Jezabel era filha do Rei Sidônio Etbaal, esposa do Rei de Israel em uma aliança com o objetivo de fortalecer as relações entre terras, descrita como uma sacerdotisa dominadora e potencialmente religiosa e se denominava porta-voz dos deuses. Uma profetisa que, eventualmente, passou a cultuar Baal de forma ostensiva e dominadora, sacrificando crianças em nome da santidade e inocência. Jezabel continuou a adorar os deuses fenícios, mas não se limitou a isso, pois queria combater o Deus de Israel e perseguir todos os seus seguidores.
Mas esta não é uma história bíblica.Nesse conto deturpado em um reflexo de uma leitura árdua, fanática e pouco racional do Livro dos Reis, a profetisa não amava Baal. Poderia até tê-la adorado, em algum período perdido desta história, mas, no momento em que a conheceu, sua devoção árdua e dominadora fixou unicamente da Doce Escuridão; Aqui, sozinha, Jezabel não compreende o funcionamento das configurações do lamento. Tão cega em lealdade, e tão devota ao vazio, que é incapaz de enxergar-se como um mero peão. O trono que tanto presunçosamente assumiu como seu é ideal.


A RAIZ DO ÓDIO

  O tomo de Coraline Tetch-Jones.     “Você não me assusta”, disse Coraline, embora eles a assustassem, muito. Algumas pessoas, simplesmente, nasceram para lutar. Não nasceram corajosos. Não nasceram fortes. É que, em algum momento, o universo decidiu que este, este, em específico, terá coragem, fogo e aço percorrendo as veias. Será testado. Enfrentará julgamento após julgamento, será quebrado e danificado de inúmeras maneiras. Talvez, essa não seja a vida que teria escolhido. Mas nasceu para lutar.É o que sabe.
É o que faz de melhor.
É tudo o que pode fazer.
Como Atlas um dia fora descrito: amaldiçoado com um peso maior do que pode carregar, no entanto, ainda de pé. Não porque consegue, mas porque precisa.
O que fazer quando não é permitido sentir raiva dos Deuses? Sofrer. Coraline já o fazia há tantos séculos que tornou-se, meramente, pacato. Às vezes, o sofrimento é apenas sofrimento. Não o torna mais forte. Não constrói caráter. Só dói. O que acontece com o pastor quando as ovelhas são canibais? A igreja gostava de dizer que Judas tinha uma escolha, mas a profecia divina não é algo do qual eles deixam você fugir. Se não fosse Judas, talvez tivesse sido Pedro. Ou Tiago. Ou João. Judas foi pintado como um demônio para preservar a santidade. Ele nunca teve realmente uma escolha.
Coraline respondeu violência com violência.E se libertou, com a postura militar e olhos cansados, do ciclo interminável de julgamentos. Ela, a raiz do ódio, cansou de ser a vítima e tornou-se, então, a caçadora. Coraline Tetch virou a chave para o começo da insanidade sádica, libertando-se da loucura masoquista.


Caim e Abel

  O tomo de Liliya e Saskia Molchalin.     Ambas filhas do mesmo monstro. Ambas capazes das mesmas atrocidades. Caim e Abel, Loki e Thor. A complexidade das irmãs já existiu mil vezes; E continua sendo sufocante, como as águas que afogaram o exército enviado por Ramsés para matar Moisés. Lados opostos do mesmo cubo, nascidos para matar e morrer.
O desenvolvimento da maturidade emocional de irmã Caim fora paralisado entre os cinco aos sete anos de idade. Saskia Molchalin não tem um ego observador, portanto, está propensa a reações instintivas, agressivas, abusivas, violentas, vingativas e que adultos emocionalmente saudáveis simplesmente não fazem. Não aprende, tampouco entende, como seu comportamento afeta outras pessoas, apesar das perdas e dos desastres cometidos pelas mãos violentas. A desculpa clássica da admissão de mau comportamento da russa é simples e também tão complexa, ela diz “Fiz isso porque estava com raiva” — e de raiva entende muito — realmente acreditando que esse sentimento viscoso é motivo suficiente, independentemente dos danos, da desconfiança e das consequências criadas. A empatia inexistente com os indivíduos gravemente feridos durante o discurso. Acredite em mim, nada que Saskia faz é pessoal. Simplesmente, não há recursos internos suficientes para sentir nada além de sua própria dor. E, assim, não oferece nenhuma história de fundo, como se a crueldade viesse do útero. É má porque nasceu má e não pode ser argumentada, ameaçada ou ignorada. Cruel porque pode.
( … )Liliya, por outro lado, pode ser descrita como uma pessoa astuta, espirituosa e calejada pelo ciclo de violência fraternal. Devido à natureza de sua existência, embora inicialmente tímida com a maioria das pessoas, é, geralmente, amigável, acessível e também muito observadora e sensível às necessidades dos outros. Sempre colocando Saskia em primeiro lugar, em vez de enfrentar a própria turbulência emocional. Não consegue compreender onde a linha entre o sacrifício e o auto abate foi traçada, ainda mais pela personalidade pouco empática da irmã Caim, cujo narcisismo moldou uma contraparte de empatia extrema para que opostos pudessem se completar. É, sem sombra de dúvidas, uma prova que irmãos podem ser inimigos mesmo adorando a mesma entidade. Uma competição brutal e tão íntima que relembra o útero que dividiram, ou, nesse caso, a caixa.

A escuridão entre nós

  O tomo de Madame Tryks.     A consequência. A devota. O massacre. Seja breve, meu escritor, a história é apenas minha para contar. Madame Tryks é, simples assim, a fusão de todas as cinco.